quarta-feira, 30 de maio de 2012

Nada de modismos na cirurgia plástica Especialista alerta para os riscos de procedimentos que são divulgados principalmente por pessoas famosas

Médico observa que algumas pessoas têm uma visão distorcida de seu corpo, por isso a importância do profissional fazer uma análise não só física, mas também psicológica. De repente, o paciente chega no consultório médico com o diagnóstico e o ''tratamento'' para o seu problema. Parece algo estranho para você? Se a sua resposta foi sim, saiba que isso é muito mais comum do que imaginamos, inclusive nos consultórios de cirurgiões plásticos. Por isso a importância de médico e paciente definirem juntos a real necessidade da correção. ''Para os leigos na área pode parecer muito simples avaliar a necessidade da correção e apontar o melhor tratamento, porque a gente trabalha com algo superficial, que está exposto. No entanto, a questão não é tão simples assim'', afirma o cirurgião plástico Walter Zamarian, de Londrina. ''Algumas pessoas têm uma visão um tanto quanto distorcida de seu corpo e é nesse momento que o médico deve fazer uma análise não só física, mas também psicólogica, filtrando o que realmente precisa ser modificado ou não'', esclarece. Segundo Zamarian, esse precaução por parte dos cirurgiões plásticos é necessária para limitar os modismos que têm crescido na sociedade e que podem representar um grande risco para a saúde, como é o caso da retirada de costela, que tem sido muito comentada após pessoas famosas relatarem que se submeteram a esse tipo de intervenção. O objetivo seria ter a cintura fina. ''Eu não realizo e não indico que ninguém realize. Esse tipo de cirurgia não é reconhecido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, porque não é seguro'', afirma o especialista. ''Uma cirurgia como essa pode trazer várias implicações, como o aparecimento de extensas cicatrizes, o abaloamento dos músculos que estavam inseridos na costela, além da posibilidade de uma lesão em um dos nervos que se encontram rentes à costela, causando uma intensa dor por toda a vida ou até perfurando o pulmão'', acrescenta. Esclarecimentos De acordo com Zamarian, o primeiro passo para quem tem interesse em realizar uma cirurgia plástica é fazer uma boa pesquisa sobre o profissional com o qual deseja se consultar. ''A pessoa pode pesquisar no próprio site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Lá, o paciente vai encontrar uma listagem de todos os membros reconhecidos. Além disso, sempre existe a possibilidade dela pesquisar em sites sobre a equipe com que ele trabalha e o hospital onde realiza as cirurgias'', informa. Escolhido o cirurgião plástico, o especialista recomenda que o paciente esclareça muito bem ao médico o que o incomoda e dentro disso definam juntos qual a técnica que responde melhor aos seus anseios. ''Existem várias e para cada paciente há uma que se enquadra melhor'', completa. Zamarian salienta que neste momento é fundamental o especialista avaliar bem a região que necessitará de correção. E também chamar a atenção do paciente sobre determinadas características de seu corpo, que talvez ele nunca tenha percebido, mas que depois da cirurgia acabará se incomodando. ''É o caso de mulheres que tem uma das mamas maior ou mais caída e que após a colocação da prótese percebe e se sente incomodada'', afirma. O médico esclarece ainda que mesmo que a região incomode muito o paciente, a cirurgia não pode ser feita, porque ela deixaria o rosto ou o restante do corpo desproporcional. ''Não é fácil dizer isso ao paciente, mas precisamos ter a responsabilidade de deixar isso bem claro, trazer o paciente à realidade. Muitas vezes, podemos melhorar muito, mas não chegar à perfeição que ele gostaria. O limite para cirurgia plástica deve ser colocado antes da busca por perfeição.'' fonte:folhaweb.com.br

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