domingo, 26 de maio de 2013

FBI investigará adoções ilegais no Paraná

Atendendo requerimento de abril da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas, o FBI (polícia federal norte-americana) iniciou investigação sobre supostas adoções ilegais de crianças brasileiras intermediadas pela organização não governamental Limiar. Um levantamento da CPI apontou que pelo menos 355 crianças do Paraná e de Santa Catarina foram enviadas irregularmente para os EUA num período de 20 anos. A informação foi divulgada ontem pelo vice-presidente da CPI e deputado federal Fernando Francischini(foto). Ele explicou que, no dia 24 de abril, Walter Kerr, diplomata da embaixada dos EUA em Brasília, esteve na Câmara Federal. Em seguida, o diplomata levou as denúncias ao embaixador norte-americano no Brasil, Thomas Shannon Jr., que acionou o FBI para que analisasse as suspeitas. “O FBI aceitou a investigação e está com a lista das adoções ilegais que foi levantada pela CPI. Isso vai nos auxiliar nas investigações envolvendo as atividades da ONG Limiar e seus tentáculos nos EUA e no Brasil”, contou Francischini. Segundo a CPI, a ONG teria coordenado adoções também em São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. No Paraná e Santa Catarina as adoções teriam sido intermediadas por Audelino de Souza, o “Lino”. Conforme informações levantadas pela comissão, a ONG fazia intermediação de adoções, mesmo sem autorização, e cobraria entre US$ 9 mil e US$ 20 mil por processo de adoção, sob o pretexto de falsas doações a iniciativas humanitárias. “A polícia norte-americana tem a lista das crianças e vai fazer um levantamento para saber a localização exata de cada criança. Será feito um acompanhamento principalmente depois da denúncia de abuso sexual sofrido por uma jovem adotada por um casal, que completou 18 anos e saiu do convívio com os pais adotivos”, ressaltou o deputado. Esta jovem e outros seis irmãos foram adotados por um casal dos EUA em 2006, depois de ficarem por três anos numa Casa Lar em São João do Triunfo (Campos Gerais). Os pais biológicos perderam a guarda dos filhos em 2003. A moça vive atualmente em Nova Jersey. “A ideia é nos encaminharmos até os EUA para ouvi-la”, afirmou Francischini. Os casos levantados pela CPI ocorreram em Curitiba, Ivaiporã, Cascavel, Ponta Grossa, Campo Mourão, Paranaguá, Campo Largo, Piraí do Sul, União da Vitória, Guarapuava, Guaíra, Telêmaco Borba, São José dos Pinhais, Iporã, Laranjeiras do Sul, Rio Negro, Almirante Tamandaré, Catanduvas, São João do Triunfo, Xambrê, Faxinal, Palotina e Palmas. Em Santa Catarina, são investigados casos nas cidades de Florianópolis, Joinville, Papanduvas, Mafra, Chapecó, Abelardo Luz, Caçador, Seara e Campo Erê. Desdobramentos Francischini adiantou ainda que vai solicitar à Comissão Estadual Judiciária de Adoção a relação dos nomes das crianças cujas adoções foram intermediadas pela ONG Limiar, mais especificamente por Audelino de Souza. “Queremos comparar a lista que será fornecida com todo o material que foi apreendido na casa do Audelino”, destacou. O deputado reforçou que quando a CPI retornar ao Paraná, nos próximos meses, para iniciar levantamentos sobre os casos em cada uma das cidades, também deverá ser solicitado o indiciamento de Lino por tráfico de pessoas. Em todo o País existem 1,7 mil adoções com indícios de ilegalidade. fonte:fabiocamapna.com.br

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